É essa confusão que me incomoda.
O dia e a noite se assemelham.
A vida e a morte tem os mesmos efeitos.
Aquilo que amo é o mesmo que não amo.
Mas é só essa confusão que me incomoda.
Nada é para sempre.
Mas às vezes demora, às vezes dói.
Nada é para sempre.
É o que me consola.
Se às vezes choro, também às vezes rio.
Nada é para sempre.
Muitas vezes passa, muitas vezes atropela.
É a vida que me afoga.
Tinha de ser assim.
Mas podia ser de outro jeito.
Mas não foi de outro jeito.
E me afoga.
E tudo o que me incomoda é essa confusão.
Um vazio profundo, portanto, se estiver procurando algo, pule para o próximo blog.
domingo, 28 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
Sem título
para o teu olhar
que me acaricia nua
uma lua nasce ardente
para o teu amor
em mim revolto
as estrelas ondeantes
para a sensação
que tudo volta
a ser como dantes
uma melodia voa
velada e veludosa
aos ouvidos amantes
que me acaricia nua
uma lua nasce ardente
para o teu amor
em mim revolto
as estrelas ondeantes
para a sensação
que tudo volta
a ser como dantes
uma melodia voa
velada e veludosa
aos ouvidos amantes
segunda-feira, 15 de março de 2010
Tuas Mãos
tuas mãos macias
me traçam sentidos
meu corpo é a invenção
dos teus dedos
passeando nos interditos
o que me faz rente
a uma tua caligrafia
feita a dente
lábios línguas
e imaginação
são reais apenas as tuas mãos macias
que traçam linhas de fuga
vislumbre vermelho
do amor
me traçam sentidos
meu corpo é a invenção
dos teus dedos
passeando nos interditos
o que me faz rente
a uma tua caligrafia
feita a dente
lábios línguas
e imaginação
são reais apenas as tuas mãos macias
que traçam linhas de fuga
vislumbre vermelho
do amor
sexta-feira, 12 de março de 2010
Gostaria
Gostaria de fazer-me monja. Entrar para o convento das carmelitas descalças e obrigar-me ao voto de silêncio. Fazer-me muda por sabor da vontade e usar a voz apenas para o canto suave da morte.
Gostaria de internar-me num mundo de sonhos onde o nada agradável como sempre nos envolva literariamente. Perder-me de mim em cima do dorso de um belo cavalo branco em estradas amargas.
Gostaria de encontrar-me com a Chuva. Dialogar com a umidade das vias em desuso e senti-las de dentro e só. Soltar-me de amarras terrenas e flutuar de encontro às nuvens cinza pesadas que deságuam por mim.
Gostaria de derramar-me em flocos de neve, leve e branca e fria. Apagar as ardências de um corpo que não se move, corcoveia. Mover-me como um sopro sobre os campos e varrer os altos cumes das montanhas em carícia eterna.
Gostaria de não ser por um instante e encontrar-me logo em seguida em êxtase, nirvana, confusamente ligada em arcos com a vida e a não vida. Despejar-me delicadamente sobre o que me desperta fome profunda.
Gostaria de atar-me em fios aos laços etéreos da arte desestabilizadora do amar. Desprender-me os seios livres em voo supremo sobre os sóis brilhantes do cosmo infinito.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Sem título
Faz sol lá fora
mas aqui dentro
chove
mas aqui dentro
chove
O calor é intenso
mas sem efeito
no meu
peito
O gelo
que me pela
(de frio)
mora neste receio
No meu seio
no meu centro
onde jorra
amor
Chove e resfria
no meu medo
que antecipa
seu efeito
desvasta
dor
terça-feira, 9 de março de 2010
por muito pouco
louca
por muito te amar
e desejar
(eu fico louca)
por pouco te ter
e te ver
(não) me jogo
(nem) extrapolo
meu amor
sobre
o teu
louca
(eu fico louca)
por muito pouco
não me esparramo
e me emaranho
meu cio
sobre
teu
por muito te amar
e desejar
(eu fico louca)
por pouco te ter
e te ver
(não) me jogo
(nem) extrapolo
meu amor
sobre
o teu
louca
(eu fico louca)
por muito pouco
não me esparramo
e me emaranho
meu cio
sobre
teu
quinta-feira, 4 de março de 2010
Amar
na essência da palavra
a ressonância do voo
verbo asa
pousa passarinhando
nas ausências
atravessa sem tocar
as reentrâncias da pele
onde faz falta
o teu falar
desliza entre
mergulha no silêncio
afunda dentro
deste mar
prolonga este amar
porque pássaro
tudo é possível
na aurora rósea
das pétalas
aladas abertas
secretas
onde sangra
o impossível
luar
a ressonância do voo
verbo asa
pousa passarinhando
nas ausências
atravessa sem tocar
as reentrâncias da pele
onde faz falta
o teu falar
desliza entre
mergulha no silêncio
afunda dentro
deste mar
prolonga este amar
porque pássaro
tudo é possível
na aurora rósea
das pétalas
aladas abertas
secretas
onde sangra
o impossível
luar
segunda-feira, 1 de março de 2010
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