domingo, 28 de novembro de 2010

Quatro estações


Paciência. Nada dura para sempre. As coisas fluem como as águas de um rio, ou as estações de ano. Mesmo quando tudo parece igual, as cores, o ar, o clima são diferentes. Nada é permanente. Nem a dor: o sangue estanca, a ferida fecha, as cicatrizes somem. 

Paciência. A espera nunca é em vão. O tempo há de trazer o que é preciso: a mudança.

Paciência. Revoltas não são necessárias. A vida é assim: um eterno ir e vir do que é bom e também do que é ruim.

Um dia frio dará lugar ao calor. A chuva cederá lugar ao sol. O sol que faz o girassol girar. Paciência.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

aparentemente

aparentemente
nada mudou
em mim
nada mudou
aparentemente

o ontem e o hoje
se espelham
(aparentemente)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Saco

um cachorro dormindo sobre um saco
uma cadela que vigia a rua a espera
de que a vida um dia seja
mais que um saco

domingo, 21 de novembro de 2010

for live or die

sometimes life is hard
to live
the taste is good
but it is so wrong

the end doesn't look
the right
and it's light
'cause life is so dark

just die

sábado, 20 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

poema X amor X matemática

poema, às vezes, tem mais que ver com matemática que com poesia
a vida é assim: estranha por partes e perfeita no todo
tudo parece místico ou cósmico, mas na verdade é químico e físico
e tudo é sempre amor
nada é sempre aquela ausência que aperta
falta de amor
aqueles nossos problemas são de transmissão e retransmissão
comunicação cortada como aquelas ligações para o celular de quem está no túnel
então, ouça bem: te amo como os cães se amam no meio da rua, como os porcos se reproduzem no chiqueiro, como os mendigos fazem filhos nas calçadas, como as ratazanas se multiplicando nos esgotos
amor de bicho e demoníaco que nada tem de poético
assim com certos poemas que de tão matemáticos dariam para fórmulas e cálculos e não para literatura.

Bonjour!

sábado, 13 de novembro de 2010

Silêncio

porque as vozes toadas nossas se confrontam e se juntam num etéreo zumbido e se fixam no espelho como se fossem vazio
como se nada fossem e se juntassem num silêncio puro
e por isso acomodadamente
silencio.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Sua voz

Sua voz arranha
na minha garganta
Sua voz grita:                     o som do silêncio

sábado, 6 de novembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

It would be so nice...

Viver em slow motion, separar o bom do ruim easily e encontrar o que se precisa em dustbins.