Um vazio profundo, portanto, se estiver procurando algo, pule para o próximo blog.
domingo, 30 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Presentes para mim
Minhas flores preferidas:
Minha música favorita:
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Um poema que me diz muito no dia de hoje:
Minha música favorita:
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Um poema que me diz muito no dia de hoje:
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(de Cecília Meireles)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Sem título
olho para trás
na esperança
de o ver
e vejo
a cor azul
dos teus cabelos
e zelo por ti
mais um instante
e corro para ti
sempre chamas
chamas altas
labaredas de amor
que me queimam
que te queimam
olho para trás
na esperança
de o ver e vejo
meus cabelos
cada vez mais brancos
anjos e asnos se riscando
se arriscando
somos anjos
ou somos asnos
asnos
vejo-nos quando olho
atrás dos nossos olhos
l'amour
os dois serenos
plácidos como vulcões
que explodem e berram
gemidos ora de dor
ora de dor de amor
que surge horas depois
numa nuca roxa
uma mancha na carne
duas manchas na alma
a calma que não se acalma
enquanto não sua
a lua nua que brilha
no belíssimo templo dedicado
aos deuses de amor
eterno eros
afrodite e sol
apolo ou dionísio
desengonçado dionísio
que se derrete diante de uma tola
companhia serena de meia vida
meia vida que não dura um átimo de segundo
e se vai se esvaindo como a água evaporando
sobre a calçada depois da chuva
na esperança
de o ver
e vejo
a cor azul
dos teus cabelos
e zelo por ti
mais um instante
e corro para ti
sempre chamas
chamas altas
labaredas de amor
que me queimam
que te queimam
olho para trás
na esperança
de o ver e vejo
meus cabelos
cada vez mais brancos
anjos e asnos se riscando
se arriscando
somos anjos
ou somos asnos
asnos
vejo-nos quando olho
atrás dos nossos olhos
l'amour
os dois serenos
plácidos como vulcões
que explodem e berram
gemidos ora de dor
ora de dor de amor
que surge horas depois
numa nuca roxa
uma mancha na carne
duas manchas na alma
a calma que não se acalma
enquanto não sua
a lua nua que brilha
no belíssimo templo dedicado
aos deuses de amor
eterno eros
afrodite e sol
apolo ou dionísio
desengonçado dionísio
que se derrete diante de uma tola
companhia serena de meia vida
meia vida que não dura um átimo de segundo
e se vai se esvaindo como a água evaporando
sobre a calçada depois da chuva
domingo, 23 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Boca
pois meus seios nus te pedem
boca
que me atormenta os dias
sempre cheios de luz e som
boca
que preenche minhas noites
vazias solitárias e silenciosas
pois meus seios nus te querem
boca
que me prenda este eriçado
mamilo entre os dentes
boca
que me lamba língua
e me suga o fio da vida
boca oca ca a ac aco acob
boca
que me atormenta os dias
sempre cheios de luz e som
boca
que preenche minhas noites
vazias solitárias e silenciosas
pois meus seios nus te querem
boca
que me prenda este eriçado
mamilo entre os dentes
boca
que me lamba língua
e me suga o fio da vida
boca oca ca a ac aco acob
sábado, 15 de maio de 2010
o que eu mais quero
... porque o que eu mais quero mora nos teus olhos...
é isso que não entendo
essa precisão do que não é necessário
essa vontade doida e doída
de te ter até o fundo
de mim
e o que eu mais quero
está nos teus olhos
e na gentileza que só encontro
nos abraços dos teus braços
e das tuas pernas
os meus desejos estão atrás das tuas pálpebras
o que eu mais quero fica preso na tua retina
quando ela me passeia
eu quando tua
lua
é isso que não entendo
essa precisão do que não é necessário
essa vontade doida e doída
de te ter até o fundo
de mim
e o que eu mais quero
está nos teus olhos
e na gentileza que só encontro
nos abraços dos teus braços
e das tuas pernas
os meus desejos estão atrás das tuas pálpebras
o que eu mais quero fica preso na tua retina
quando ela me passeia
eu quando tua
lua
sábado, 8 de maio de 2010
Impermanência
o vento da inquietude
percorre todo o pátio
espalhando as flores
que abertas e ousadas
chovem das ávores
uma lição de impermanência
de a beleza intensa
que cai no chão
e murcha
os pássaros de asas quentes
sabem das almas vermelhas
das flores que se perdem
soltas pela ar
desprendidas do lar antigo
e encontram seu destino
impuro o chão do pátio
última morada
da vida alada
canta agora uma toada
a ventania que nos dissolve
canção de amor
que é também de morte
percorre todo o pátio
espalhando as flores
que abertas e ousadas
chovem das ávores
uma lição de impermanência
de a beleza intensa
que cai no chão
e murcha
os pássaros de asas quentes
sabem das almas vermelhas
das flores que se perdem
soltas pela ar
desprendidas do lar antigo
e encontram seu destino
impuro o chão do pátio
última morada
da vida alada
canta agora uma toada
a ventania que nos dissolve
canção de amor
que é também de morte
quinta-feira, 6 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Sobre a verdade:
- realidade e verdade nem sempre combinam;
- algumas verdades não correspondem exatamente a realidade;
- aquilo que é real poderia ser mentira;
- a verdade existe na nossa imaginação;
- nossa imaginação é tão poderosa que cria mundos nos quais nossa verdade possa valer;
- nem sempre desejo saber a verdade;
- muitas vezes meu desejo combina mais com a mentira, daí fecho os olhos e aceito ser enganada;
- quero ser enganada a maior parte do tempo;
- verdades são indesejáveis;
- diga a verdade só se não puder dizer a mentira;
- a mentira é boa e carinhosa, ela se preocupa com os seus sentimentos;
- a verdade é cruel e tem potencialidades destrutivas;
- a verdade só é bacana quando não corresponde ao real;
- boas verdades são apenas nossa imaginação nos salvando da realidade;
- me engane sempre que puder.
- algumas verdades não correspondem exatamente a realidade;
- aquilo que é real poderia ser mentira;
- a verdade existe na nossa imaginação;
- nossa imaginação é tão poderosa que cria mundos nos quais nossa verdade possa valer;
- nem sempre desejo saber a verdade;
- muitas vezes meu desejo combina mais com a mentira, daí fecho os olhos e aceito ser enganada;
- quero ser enganada a maior parte do tempo;
- verdades são indesejáveis;
- diga a verdade só se não puder dizer a mentira;
- a mentira é boa e carinhosa, ela se preocupa com os seus sentimentos;
- a verdade é cruel e tem potencialidades destrutivas;
- a verdade só é bacana quando não corresponde ao real;
- boas verdades são apenas nossa imaginação nos salvando da realidade;
- me engane sempre que puder.
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