Um vazio profundo, portanto, se estiver procurando algo, pule para o próximo blog.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Citação
“Tudo aquilo que me é querido e todos que amo pertencem à natureza da impermanência. Não há nenhum modo de evitar me separar deles algum dia."
Sem título
Nosso corpo tão humano
resiste e resistindo
vive e vivendo
dissolve-se na fúria
serena dos desejos
que setam
dentro
da gente
resiste e resistindo
vive e vivendo
dissolve-se na fúria
serena dos desejos
que setam
dentro
da gente
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A minha loucura
de dentro do meu centro
as palavras escorregam
cheias de cantos
encantoadas
aladas
levadas
pelo ar até os seus ouvidos
além do aquém
a minha loucura é ser feliz por nada
as palavras escorregam
cheias de cantos
encantoadas
aladas
levadas
pelo ar até os seus ouvidos
além do aquém
a minha loucura é ser feliz por nada
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Hoje é o último dia
Se ela soubesse que hoje é o último dia, o que faria? Talvez dissesse “eu te amo” mais uma vez. Talvez derramasse amor por todos os lados e revelasse seu imenso desejo de estar com as pessoas queridas.
Se ela soubesse que hoje é de fato o último dia, talvez chorasse lamentando o pouco tempo. Talvez usasse o vestido mais bonito para ir trabalhar. Talvez respirasse fundo o ar de todos os dias e não reclamasse tanto da vida.
Se ela ao menos pudesse saber que hoje é um dia único, como todos os outros dias foram únicos, e passaram sem que percebesse. Talvez ficasse mais perto da natureza e caminhasse no lugar de usar o carro. Caminhar para observar as árvores e as pessoas na rua. Caminhar para dizer bom dia, boa tarde e boa noite aos vizinhos.
Se hoje fosse o último dia de ver o sol, será que ela ficaria presa em casa, sem sentir a luz e o calor do astro rei no corpo?
Se hoje fosse o último dia, será que ela ficaria muda diante das injustiças? Não falaria o que tem vontade de dizer?
Hoje é o último dia, mas ela não sabe. E na ignorância ela não faz nada: deixa tudo para o amanhã que não virá.
Ela recolhe o amor que sente e guarda para não dar a ninguém.
Escolhe uma roupa qualquer para ir ao trabalho, não presta atenção no ar que respira e reclama constantemente de tudo.
Ela sai de carro sem olhar para os lados e se esconde do sol com medo de câncer de pele.
Ela não se importa com as injustiças e passa muda diante delas.
Seria tão diferente se hoje ela soubesse que não há amanhã. Hoje é sempre hoje.
Quando chegar amanhã, será hoje também.
E todos os dias são o último dia, porque o futuro não existe. É sempre presente, é sempre agora, mas ninguém percebe. Todos os dias esperamos o amanhã para realizar os sonhos. Mas o amanhã não chega.
Os sonhos ficam na memória, como lembranças do que nunca foi, até que um dia, se tivermos sorte, seremos senis o bastante para confundir realidade e sonho. E os sonhos serão fortes o suficiente para conversamos com eles.
Ela espera ansiosa o dia em que será velha assim.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Por muitos anos
Por muitos anos
os sonhos atrapalham o sono
o dragão surge flamejante
para desaparecer sob a chuva
O vento empilha as folhas num canto
as flores insistem em nascer no outono
dos meus dias tristes e vazios
varro sete vezes as folhas
e sete vezes elas insistem em cair de novo
e de novo o fogo as transforma em cinzas
do que um dia foram
As cinzas do amor que cai
nos meus olhos antes úmidos
agora ressecam de decadência
e descrença num mundo confuso
e cheio de inverdades
caminhos que levam ao nada
E os tigres retornam tristes às florestas recém desfloradas...
os sonhos atrapalham o sono
o dragão surge flamejante
para desaparecer sob a chuva
O vento empilha as folhas num canto
as flores insistem em nascer no outono
dos meus dias tristes e vazios
varro sete vezes as folhas
e sete vezes elas insistem em cair de novo
e de novo o fogo as transforma em cinzas
do que um dia foram
As cinzas do amor que cai
nos meus olhos antes úmidos
agora ressecam de decadência
e descrença num mundo confuso
e cheio de inverdades
caminhos que levam ao nada
E os tigres retornam tristes às florestas recém desfloradas...
sábado, 17 de abril de 2010
Tardes de abril
: isto que me marca a pele
que toda a ti está entregue
sob o sol das tardes de abril
repletas de luz e ar :
(ar)
dor
de
amor
que toda a ti está entregue
sob o sol das tardes de abril
repletas de luz e ar :
(ar)
dor
de
amor
sábado, 10 de abril de 2010
Miragem & Realidade
Uma miragem
faz o deserto
parecer bonito.
Uma realidade
faz a miragem
mais distante.
A miragem é
uma ilusão
úmida.
A realidade é
a secura
deserta.
Num dia seco
a chuva chega
de surpresa.
E, então,
miragem e realidade
se misturam.
E vem enchente,
e vem desastre
e vem a encosta
de encontro com a gente.
E realidade úmida
faz dar saudade
da realidade ampla
e seca do deserto.
faz o deserto
parecer bonito.
Uma realidade
faz a miragem
mais distante.
A miragem é
uma ilusão
úmida.
A realidade é
a secura
deserta.
Num dia seco
a chuva chega
de surpresa.
E, então,
miragem e realidade
se misturam.
E vem enchente,
e vem desastre
e vem a encosta
de encontro com a gente.
E realidade úmida
faz dar saudade
da realidade ampla
e seca do deserto.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Nem uma
Nenhuma nuvem no céu
Nenhuma vontade de levantar da cama
Nenhuma razão de viver
Por que não dormir para sempre?
Nenhuma vontade de levantar da cama
Nenhuma razão de viver
Por que não dormir para sempre?
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