Esta aí sou eu. Nas duas fotos. É um famoso "antes e depois".
Lendo o que escrevi sobre o ano novo, discordo de mim: não é verdade que as coisas não mudam. Meu corpo mudou muito entre dezembro e março. O susto levado no fim do ano com o meu peso, me levou a uma busca pela reeducação alimentar e pelo exercício físico. Procurei o nutricionista, o personal trainer, obedeci a dieta (mesmo sofrendo no começo), comecei a musculação.
O resultado de tudo isso? Estou me sentindo muito bem: minha energia para fazer todas as coisas rotineiras, do trabalho ao estudo, aumentou de maneira vertiginosa! Além disso, o corpo da primeira foto, mais pesado e mais lento, tornou-se o corpo da segunda foto, ágil, leve e forte. Eu me sinto mais bonita, mais confiante, mais contente comigo mesma.
De imediato, antes do resultado estético, senti o benefício psicológico: fiquei feliz por finalmente estar cuidando de mim. Minha autoestima esteve baixa por muitos anos e deixei de lado os cuidados com a saúde e o corpo... Sobrepus, antes de tudo, o meu trabalho... Depois coloquei os estudos em segundo lugar... Em seguida, a família e suas demandas... Não achei tempo para mim mesma.
Quando percebi isso, me voltei para mim e me perguntei: o que há? Por que você não se gosta? Por que você não se cuida?
Não há uma só resposta, mas várias para estas perguntas. Me deixei de lado por tantas coisas... Principalmente, por não me amar o suficiente, por não me perdoar por tantas ninharias... Ao perceber essa situação, me busquei de volta do limbo. Me coloquei de volta no meu lugar. Sou eu a minha prioridade. Tudo o que eu faço depende de mim mesma. Se não houver saúde e autoamor, como farei todas as outras coisas?
Cuidei-me. Gostei de comer melhor. Amei a musculação. Fiquei muito orgulhosa de mim por tamanha mudança em tão pouco tempo.
E impressionei-me com a minha capacidade de promover mudanças! Mudanças na minha própria vida, diga-se de passagem. Não é preciso ser fatalista, dizer que "pau que nasce torto, morre torto". É possível mesmo. Eu fiz. E foi muito mais prazeroso do que sacrificante.
Se Ghandi um dia disse: "Seja você a mudança que você quer ver no mundo", vamos ser. Parece-me que a mudança física, tantas vezes desacreditada, veio de uma mudança interna. Com isto, a lógica me diz que outras mudanças no mundo podem se alcançadas também por mudanças internas.
Viver neste mundo, neste contexto de loucura, exige que repensemos nossas vidas, nossas rotinas, nosso autocuidado, nosso cuidado com os outros, nossas palavras, nossa relação com o ambiente... Que possamos praticar a mudança em todos níveis. Se não promovermos essa alteração em nossas vidas, não vejo como ter o mundo que nós queremos. Nesses tempos distópicos, busquemos mais do que nunca nossas utopias. Mesmo que elas estejam distantes.
Esperanças vãs, dirão. Mas antes ter esperanças vãs, do que não tê-las.
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