A menina de saia branca ensaia um muxoxo. Quanta vontade de poesia existe dentro dela. Mas nada lhe vem para contar ou cantar. Tédio.
A saia branca de renda rodopia no corpo. É só abrir os braços e deixar a música entrar, pra dançar e dançar. Mas a música não lhe chega a tocar os ouvidos. Tédio.
Brancas também são as mãos da menina. As unhas rosadas quase transparecem o medo que ela tem. De que tens medo menina?
A vida passa em brancas nuvens pela janela. E a menina observa o correr dos anos amarelar os dentes, amarelar a saia, amarelar as unhas... O tédio é amarelo, pensa.
A vida passa e os temores sempre se confirmam. Que há que não há? Não há nada. Nada, depois de nada.
Só nuvens brancas a passar.
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